quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

plantar devagar

Tem um texto do mestre vietnamita Thich Nhat Hahn que eu gosto muito. Chama-se "Os meios são o fim". Sempre procuro lembrar suas palavras quando pego as ferramentas e vou trabalhar na horta. Vou colocar aqui um pequeno trecho. O texto na integra pode ser encontrado no site http://www.viverconsciente.com/

Nós temos muitas chances para praticar. Sabemos que lavamos roupas, lavamos pratos, varremos o solo, cuidamos do jardim, há muitas coisas que vocês podem fazer, mas não façam isto do modo como fazem isto no mundo. Façam como uma prática, uma boa prática, e vocês serão recompensados imediatamente, saberão que estão lidando com sua energia de hábito. A energia de hábito nos diz: "rápido, rápido, vá, rápido, rápido, termine logo! O prazo final está próximo!", mas a prática está lhe dizendo o oposto: "não corra, desfrute, o aqui e o agora é a única coisa que você possui, a felicidade não pode ser possível fora do aqui e do agora", assim você tem duas coisas que contradizem uma à outra. Eis por que a palavra "treinamento" significa superar a energia de hábito lentamente e cultivar outra energia de hábito, que é boa. A energia de hábito que você quer cultivar é a capacidade de estar no aqui e agora, e viver todos os momentos de sua vida diária profundamente. Limpe as folhas, desfrute! Faça o café da manhã! Desfrute completamente deste ato de arte culinária. Lave os pratos! Desfrute completamente o ato de lavá-los.

Diariamente no Mosteiro eu lavo os pratos, diariamente eu fervo o arroz e cuido das flores, das plantas, e minha prática é de desfrutar todos os minutos enquanto estou fazendo estas coisas. Sim, escrever um poema é maravilhoso, escrever um artigo é maravilhoso, dar uma palestra de Dharma é maravilhoso, mas é igualmente maravilhoso cuidar do arbusto, cuidar das plantas, lavar os pratos e assim por diante. Por ser muito enriquecedor, muito recompensador, isto pode trazer muita paz, alegria e solidez para você.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Desenvolver a atenção

Este nosso Jardim não é algo técnico. É uma forma de retorno as coisas simples da vida e uma chance de redescobrir a beleza que existe em cada detalhe, em cada canteiro, em cada flor. A jardinagem deve ser feita de forma meditativa e amorosa. Então, achei legal colocar este texto do Osho aqui.

Desenvolver a Atenção

Aonde quer que sua atenção focalize,


Nesse mesmo ponto,

Experiencie.

Nessa técnica, primeiramente você precisa desenvolver atenção. Você precisa desenvolver um tipo de atitude atenta, só assim essa técnica se tornará possível, assim então onde quer que sua atenção ilumine você pode experienciar: você pode experienciar a si mesmo.

Apenas olhando para uma flor, você pode experienciar a si próprio. Então olhar para uma flor não é somente olhar para uma flor, mas para o observador também; mas somente se você conhece o segredo da atenção.

Você também olha para uma flor e você pode achar que você está olhando para a flor, mas você começou a pensar sobre a flor, e a flor é perdida. Você não está mais lá, você foi para um outro lugar, você foi embora. Por atenção significa que quando você está olhando para uma flor, você está somente olhando para uma flor e não fazendo nada mais; como se a mente tivesse parado, como se agora não houvesse mais nenhum pensar e somente uma simples experiência da flor presente lá...



Atenção significa um alerta silencioso sem nenhum pensamento interferindo. Desenvolva isso. Você pode desenvolver isso apenas fazendo-o; não existe outra maneira. Pratique-o mais e você irá desenvolvê-lo. Nada fazendo, em qualquer lugar, tente desenvolvê-lo.



Você está viajando num carro, ou num trem. O que você está fazendo lá? Tente desenvolver a atenção; não desperdice tempo. Por meia hora você estará no trem: desenvolva a atenção: Apenas esteja lá presente. Não pense. Olhe para alguém, olhe para o trem ou olhe para fora, mas seja o olhar, não pense em nada. Pare de pensar. Esteja presente e olhe. Seu olhar se tornará direto, penetrante e de toda parte seu olhar será refletido de volta e você ficará cônscio do observador.



Você não está cônscio de si mesmo porque há uma parede. Quando você olha para uma flor, primeiro seus pensamentos alteram seu olhar; eles dão sua própria cor. Então esse olhar vai para a flor. Ele retorna, mas então novamente seus pensamentos dão a ele uma outra cor diferente. E quando ele retorna nunca encontra você presente. Você foi para algum outro lugar, você não está lá presente.



Todo olhar retorna; tudo é refletido, respondido, mas você não está lá presente para receber isso. Então esteja lá para recebê-lo. O dia todo você pode tentar isso em muitas coisas, e pouco a pouco você irá desenvolver a atenciosidade. Com essa atenciosidade faça isso:



Onde quer que sua atenção focalize,

Nesse mesmo ponto,

Experiencie.



Então olhe para algum lugar, mas simplesmente olhe. A atenção iluminou-se, e você irá experienciar a si próprio. Mas a primeira exigência é ter a capacidade de estar atento. E você pode praticá-la. Não há nenhuma necessidade disso tomar um tempo extra.



O que quer que você esteja fazendo; comendo, tomando banho, de pé sob o chuveiro; apenas esteja atento. Mas qual é o problema? O problema é que fazemos tudo com a mente, e estamos continuamente planejando para o futuro. Você pode estar viajando num trem, mas sua mente pode estar organizando outras viagens; programando, planejando. Pare com isso.



Um monge zen, Bokuju, disse, Essa é a única meditação que conheço. Enquanto como, eu só como. Enquanto caminho, eu só caminho. E quando sinto sono, eu durmo. O que quer que aconteça, acontece. Eu nunca interfiro .



Isso é tudo que há; não interfira. E o que quer que aconteça, deixe acontecer; simplesmente esteja lá presente. Isso irá lhe dar atenciosidade. E quando você tiver atenção, essa técnica está em suas mãos...



Aonde quer que sua atenção ilumine,

Nesse mesmo ponto,

Experiencie.



Apenas lembre-se de você mesmo.



Há uma razão profunda devido a qual essa técnica pode ser de ajuda. Você pode jogar uma bola e atingir a parede; a bola irá retornar. Quando você olha para uma flor ou para um rosto, uma certa energia está sendo lançada; seu olhar é energia. E você não está cônscio que, quando olha, você está investindo alguma energia, você está lançando alguma energia. Uma certa quantidade de sua energia, de sua energia de vida, está sendo lançada.



Eis porque você se sente exaurido após olhar na rua o dia todo: pessoas passando, anúncios, a multidão, as lojas. Olhando para tudo você se sente exaurido e então você quer fechar seus olhos para relaxar. O que aconteceu? Por que você está se sentindo tão cansado? Você esteve jogando fora energia.



Buda e Mahavira ambos insistiam que seus monges não deviam olhar demais; eles deviam se concentrar no chão. Buda diz que você só pode olhar até adiante de seus pés. Não olhe para lugar nenhum. Olhe somente para o caminho onde você está se locomovendo.



Olhar quatro pés adiante é o bastante, porque quando você caminhou quatro pés, novamente você estará olhando a distância de quatro pés adiante. Não olhe mais do que isso, assim você não irá desperdiçar energia desnecessariamente.



Quando você olha, você está lançando uma certa quantidade de energia. Espere, fique silencioso, permita essa energia retornar. E você ficará surpreso. Se você permitir a energia retornar, você nunca irá se sentir cansado. Faça isso. Amanhã de manhã, tente-o Seja silencioso, Olhe para algo. Fique em silêncio, não pense nisso, e espere pacientemente por um simples momento; a energia retornará; de fato, você pode ser revitalizado.



As pessoas me perguntam continuamente. Eu continuo lendo continuamente, assim eles me perguntam, "Por que seus olhos ainda estão ok? Você devia estar usando lentes há muito tempo ".



Você pode ler, mas se você está lendo silenciosamente sem nenhum pensamento, a energia retorna. Ela nunca é desperdiçada. Você nunca se sente cansado. Por toda minha vida eu estive lendo doze horas por dia, às vezes até dezoito horas por dia, mas nunca senti nenhum cansaço. Nunca senti nada em meus olhos, qualquer cansaço.



Sem pensamento a energia retorna; não há nenhuma barreira. E se você estiver lá presente para reabsorvê-la, e essa reabsorção é rejuvenescedora. Ao invés de seus olhos se sentirem cansados eles ficam mais relaxados, mais vitalizados, repletos de energia.





Osho, em "The Book of Secrets"

As sementes do Girassol

Colhi sementes do girassol, estavam umidas pela manhã devido a chuva pesada de ontem. Agora estão na bacia pegando o sol forte para secarem. Plantei dois tipos de girassol: aquele imenso, uma só cabeça na ponta do caule e o outro, mais ornamental, amarelo avermelhado, com várias inflorescências nas axilas das folhas.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

As colheitas do final do verão



Final do verão, época de colher milho.




O milho vermelho veio de algumas sementes que peguei duma exposição da EMBRAPA. Mas nem todos sairam vermelhos, alguns voltaram a cor amarela.







E estas espigas são do milho cultivado pelos indios Guarani. As sementes vieram do Bosque de Canela, um presente do meu amigo Cilon Estivalet. Apenas duas espigas ficaram bonitas, bem granadas. Mas estão aqui, salvas no Jardim Botânico.

A flor da janela


Voltando de férias, abri a janela da minha sala no Jardim Botânico e me deparei com as flores da Megaskepasma erythrochlamys. É uma planta da família Acanthaceae, originária da Venezuela. As flores surgem entre as bracteas coloridas com tons avermelhados e são muito procuradas por beija-flores.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

paisagismo natural


Os belissimos arranjos naturais nas pedras.