quinta-feira, 25 de novembro de 2010

plantio do dia

E, finalmente, veio a chuva. Chove agora uma chuva de despedida. As nuvens estão se derretendo em gotas.
Em breve, o sol e o calor voltam. Para a horta funcionar precisamos de harmonia, de proporção certa entre luz, sol, chuva, vento...
Esta semana estive na horta e fiquei desanimado, tudo tão seco, chegava a levantar poeira.
Agora tudo mudou, as plantas tem uma cor de alegria e gratidão pela água.

Aproveitei a terra umida e transplantei as mudas de tomate cerejão. Plantei girassol, cosmos e zinia. Coloquei pimentas em espaços vagos. Tudo no meu modo aleatório de plantio.

Algumas sementes da Muvuca começaram a germinar. Como o esperado, as rúculas deram a partida antes.

Agora a chuva deu uma trégua e vou lá recolher as ferramentas e colocar na terra algumas sementes de amendoim.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

fotos da horta


Hoje não fui trabalhar na horta, fui apenas fotografar.
Abaixo está a inflorescência do alho poró, ainda fechada.



E aqui a inflorescência abrindo-se para receber a luz do sol

Posted by Picasa

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Muvuca

Hoje, fiz uma muvuca na horta. Não foi uma festa, com muitas pessoas e som alto. Nada disso.
Muvuca é uma técnica de plantio que resolvi experimentar. Trata-se de misturar várias sementes diferentes com composto e esparramar no canteiro. Em agrofloresta vai até semente de árvores. No meu caso foram hortaliças. Usei sementes de rúcula, rabanete, tagetes, calêndula e cenoura, todas misturadas com nosso rico composto orgânico. Acho que é uma técnica bem suave, não agressiva e que "imita" o modo de semeadura natural, formando consórcios de plantas.
Apliquei esta mistura embaixo das alfaces que estão florescendo. Agora é esperar e ver o resultado. Imagino que as rúculas serãos as primeiras a darem sinal de vida.
Meu plano é fotografar e compartilhar os resultados.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Jon Kabat-Zinn


Um dos grandes divulgadores da Mente Atenta, Dr. Jon Kabat-Zinn esteve recentemente dando palestras em Oxford. A reportagem inteira sobre tal acontecimento vocês podem acessar no site  http://learnmindfulness.co.uk/

E a preciosa e inspiradora conclusão é esta:

If you have a vision, a calling in your heart, an idea of something you can do that can make a change, then trust it. Trust in it. You’ll be amazed at what you can achieve if you have a heart-felt vision and keep going step by step. Jon had a vision for mindfulness in society and it is rapidly becoming a reality as we speak. Research into mindfulness is growing exponentially, as is the funding that goes in it. Do whatever you feel is important because you don’t want to be about to step into your grave and think, ‘oh, hang on a minute, I’ve been doing it all wrong..’.




So, trust in your own inner intuition, in your body’s wisdom and take the first tiny little step. Who know’s where it will take you?

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

plantio do dia

E a chuva veio mesmo. Intensa porém de pouca duração e acompanhada por um vendaval. As temperaturas desabaram o que provoca um pouco de confusão nas plantas.
Aproveitei o canteiro molhado e transplantei as pimentas, uma de cada variedade, ao todo dez mudas. No meio do canteiro plantei girassol. Vai ficar bonito.
Também plantei quiabo. Acho que nunca havia cultivado esta planta antes. Lembro de quando era criança e meu pai plantou na horta. As flores eram bonitas. Então, ontem vi um pacote de sementes no supermercado e me deu vontade de semear para ver como se desenvolverá. Veremos.
Entre os quiabos semeei feijão de vagem amarelo baixo.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

plantio do dia

Hoje plantei milho guarani, feijão miudo e girassol no canteiro da ferradura.
Dia de muito calor, terra seca e cheia de torrões.
Aproxima-se uma frente fria então estou esperando pela chuva.
A lua é nova.
Pelo calendário biodinâmico é dia de plantar hortaliças de folha, não foi o que fiz. Mas ainda posso fazer uma sementeira de couve para não contrariar os astros.

Se chover mesmo amanhã começo a colocar algumas pimentas no canteiro. Andei mexendo nele, quebrei uns torrões e joguei umas sementes de flores. Não sei o nome delas, coletei no outono pois achei que elas eram muito bonitas e ficariam bem no canteiro. Meu plano é deixar a horta bem colorida e caótica.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

trabalho do dia

Hoje resolvi acabar com as velhas couves. Estavam cheias de pulgões, muitos galhos e folhas miudas. A vantagem desse tipo de couve é que não florescem, mas também não produzem bem. Seja como for, retirei elas do canteiro pois tenho planos para plantar as mudas de pimenta no mesmo espaço.

Também fiz repicagem de algumas pimentas que nasceram amontoadas. Operação delicada devido ao calor do dia. Recém cheguei da horta, fui colocar um pouco de água nelas. Acho elas meio empacadas mas estão naquela semana de enraizar e não colocar folhas. Imagino que na próxima semana estarão lançando novas brotações.

Abaixo, as mudinhas colocadas nos saquinhos de jornal e a sementeira.


quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Papoulas

Esta postagem é homenagem a Lais, do blog Pausa para o Café http://pausabreveprocafe.blogspot.com, que também é apaixonada por estas misteriosas flores.

Todas nasceram por conta própria, inclusive esta abaixo, que me impressionou por seu tamanho e coloração.



domingo, 26 de setembro de 2010

Devagar

Desde pequeno tenho fama de ser lento. E isso era visto como um problema. "Esse guri é uma lesma, um plasta", cansei de escutar. Nas aulas de educação física era um fiasco, sempre por último nas corridas, junto com os gordinhos e mancos, que afinal se tornaram bons amigos.

Depois de tanto tempo hoje percebo que não era um problema e sim uma virtude. E inclusive que desacelerar é necessário para a cura do nosso planeta. Sinto que a pressa torna as pessoas agressivas, desatentas e poluidoras, tudo o que não precisamos mais.

Minha jardinagem é lenta, posso me dar a este luxo. Apesar de muitos impulsos gritarem "Corra, Corra !", prefiro respirar fundo e criar um olhar amistoso e suave. O que nem sempre é fácil.

Então, desde criança, mesmo sem saber sou partidário do movimento Slow. E para encerrar vou colocar esta entrevista com Carlo Petrini, fundador do Slow Food.

Leia devagar.

'Rebelem-se contra a ditadura da velocidade', exorta o pai da Slow Food






Ele cita Sêneca: "A vida não é breve, mas longa. Somos nós que a desperdiçamos". O fundador da Slow Food, Carlo Petrini, combate há 20 anos a ditadura da velocidade, "culpada não apenas pelos males difusos, pelo estresse, pela insatisfação, pela alienação, mas também pela atual crise mundial".



A reportagem é de Alessandra Retico, publicada no jornal La Repubblica, 24-04-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto.



Eis a entrevista.



Em que sentido?



As finanças criativas são a "extremização" de um sistema inteiro de valores baseado na velocidade. Criaram uma economia virtual em que o que vale é consumir, e depressa, para recomeçar rapidamente. A essência da nossa sociedade se fundamenta na rapidez, nas necessidades induzidas, nos desperdícios. Um frenesi que nos reduziu a este ponto de recessão, esvaziados de significados e de bens.



A lentidão é um conceito bonito, mas às vezes é vago, anacrônico.



Eu gosto de chamá-la de medicina homeopática. Estaria sendo louco se eu pensasse que ela funciona para todos e sempre, que é um fim em si mesma. Ela é útil se nos confrontar. A lentidão é um governo da própria liberdade. Às vezes, decisões rápidas são úteis, às vezes é preciso refletir. Este é o momento histórico perfeito para recuperar a calma: para não cometer outros erros, para escolher o que mais nos agrada.



Nem sempre é possível, lhe objetariam.



Deixar um e-mail pela metade, estar com quem amamos, comer localmente, inventar o próprio ritmo, decidir que o tempo, e até o tempo livre, existe. Uma alternativa à tirania do mundo globalizado é mais do que possível: basta seguir a terra, a fisiologia da natureza. Faz bem à saúde, constrói uma economia finalmente participativa

http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=21704

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A orelha -de-coelho


Histórico
Fui atraido por esta planta devido a beleza de suas folhas e seu formato ornamental. Ano passado fiz uma oficina sobre Hortas Orgânicas no Centro de Estudos Ambientais em Sapiranga/RS. Fiquei surpreso com a quantidade de mudas que nasciam entre os canteiros. Sai de lá com três mudas que trouxe para a horta do JB. Elas passaram bem o ano, floresceram e produziram sementes muito pequenas. Por descuido não consegui coletar as sementes mas tive a esperança de que algumas germinassem nos canteiros. E foi o que aconteceu, este ano encontrei  pequenas mudas, que cuidei e deram origem a planta da foto.

A identificação
Ningém daqui sabia ao certo o nome desta planta. Ontem enviei e-mail com fotos para meu amigo Valdely Kinupp, pesquisador e entusiasta das plantas espontâneas comestíveis. Ele, sempre solicíto, respondeu com as informações.

O que é?
A planta chama-se Lactuca canadensis é da família Asteraceae, a mesma da alface. Tem vários nomes regionais: almeirão-roxo (no Rio de Janeiro), radite-coti (nas colônias italianas), orelha-de-coelho (no Litoral Norte do RS) e ainda almeirão-de-árvore (em Minas Gerais).
Dá uma boa e bela salada e é fácil de cultivar.


 

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Pay Attention – You’ll Feel Better. ~ Via Holly Troy | elephant journal

Pay Attention – You’ll Feel Better. ~ Via Holly Troy elephant journal

Change is What’s Happening – Do You Feel It?
What is it we relish about summer? Long days; the sun warming our skin; the chance to be outdoors and connect with nature; enjoying activities like sailing, hiking, bicycling, swimming; vacation; fresh fruits and vegetables . . . it’s a time when our senses are delighted, when we find ourselves easily in the moment. Hopefully we have all had the chance to watch the sunset at least once this season! It’s natural that we slow down and pay attention to the world around us.
Is it any wonder that summer is a great time for romance? Our senses are lit. We are having a relationship with the world around us. We want to be out in the world, touching grass with our toes, immersing ourselves in water. The lingering rays of the sun at the end of the day are like soft kisses on our skin. The sound of the breeze in the trees is soothing to our ears. We are awake, and the world is awake with us.
We know we love the chance to slow down. In fact, it is essential that we do take time to slow down for our physical, mental and spiritual well being. In the summer, most of us naturally do it (or at least crave it). By autumn though, it’s easy to get caught up in the whirlwind of what to do. It is harvest time, school is starting, and/or projects at work pick up. Many of us are already planning for winter holidays. Before we know it, we get caught up in our plans and tasks, taking care of our to-do lists (that somehow get longer and longer day after day), and we scurry around doing “stuff” as if we’re trying not to notice the days getting shorter.
We get busy and stop paying attention. The natural world gets colder and darker and it’s as if the need for more clothing – is a signal to “close down” the connection to the world around us. We stop connecting outwardly; we stop connecting inwardly. That disconnect is uncomfortable – so we begin the cycle of busy-ness. That cycle creates more disconnect and we stop noticing ourselves until something forces us to slow down again – we “catch” a cold, we have a fender bender, we slip and fall, the summer romance breaks up.
Change is always happening, but being jolted into paying attention isn’t always so fun! Being mindful is helpful in easing the stress of change, and it is also a way to stay connected and enjoy the subtle shifts in the world around us and within us. We might even realize that there are things that need changing. For instance, maybe winter is really hard on you, you might decide to relocate to Tucson; or maybe it’s time to take steps toward your dream of being an artist; or perhaps you realize you need to set some boundaries with your boss, partner, etc.
There are many simple ways to have pleasant awareness. For example, when you bathe or take a shower, focus the mind on your breath for a few inhalations and exhalations. Then, pay attention to how the water feels on your skin. Do you perceive your bath differently now?
My yoga philosophy centers around noticing the subtle shifts that happen in the body as we slow down to pay attention. What happens when we focus on the breath? How does the body feel after a particular asana? What happens when we deliberately pay attention?
At the beginning of my yoga classes, I have my students lie down on their backs in savasana (corpse pose) – arms a foot or two away from the body, hands open and palms facing upward, and feet mat-width or so apart. Mouth, teeth and tongue relaxed, eyes closed.
Then, I ask them to breathe.
Breathe normally, but notice the breath. Is it fast or slow, jagged or smooth, shallow or deep? Are there any thoughts passing through the mind?
There is nothing to change. There is nothing to do but notice . . .
Tell yourself, that for this practice, you are willing to let go of the past and let go of the future. There is nothing to do but to notice the breath . . .
Pay attention to your skin. How does the skin feel where it is against the mat . . . the fabric of your clothing . . . where it is exposed to the air? How does the scalp feel? Does your hair tug at the skin?
Beginning at the top of the head, slowly scan the body.
Notice any places that are tight or tense, just simply notice . . .
There is nothing to change, just notice . . . And breathe . . .
Noticing the crown of the head, the forehead, the eyebrows . . . Noticing the eyes, the nose, the cheeks, the lips, the mouth, the teeth, the chin . . . Noticing the jaw, the back of the skull, the back of the neck, the throat.
Noticing the collarbones, the chest, the space between the shoulders . . . Noticing the shoulders, the arms, elbows and forearms . . . Noticing the wrists, the hands, the fingers.
Noticing the middle back, the ribs, the belly, the lower back, the spine . . . Noticing the hips, the pelvis, the genitals, the thighs.
Noticing the knees, the shins, the calves . . . Noticing the ankles, the heels, the feet, the soles of the feet, and the toes.
Noticing the breath.
For a few moments, allow the body to experience being noticed.
When you are ready, with eyes closed, begin to wiggle fingers and toes. Then, stretch the arms overhead and feet away from the body. Draw the knees into the chest. With hands clasped behind or in front of the knees, gently rock from side to side, massaging the lower back. Then drawing little circles with the knees – massaging the lower back and sacrum – first in one direction and then the other.
Keeping the eyes closed, place the feet on the floor so that your knees are still bent, and gently roll onto your right side into a fetal position. Take a few breaths, and then, pressing off with a hand, bring yourself into a comfortable seated position.
Once you are seated, lengthen in the spine and tuck the chin in slightly. Keeping the eyes closed, again, notice the breath. Notice the body. Notice if any feelings or thoughts of tightness or tension have shifted. Just notice.
This noticing prepares the body and mind to be grounded in the world. Our movement in space becomes more certain, relaxed. The feet now notice the mat, the floor. The skin now notices the air, your clothing. The spine now notices the lungs, the ribs. Perhaps your gut, your heart, now notices the subtle (and perhaps, not so subtle) energies in the room.
Consciously paying attention creates a deep shift in how we relate to the world around us and within us. As in any relationship, the more nurturing we give, the more we receive. Body scanning only takes three to five minutes, it can be done in the morning or at night, and can be a very pleasant way to begin or end the day. Try it before your meditation or yoga practice, before a stressful meeting or presentation, or even on the subway on your way to work.
How many of us have closed our eyes on the train anyway? You can just sit or stand and scan your body.
Think of paying attention, noticing yourself and the world, as a vacation from busy-ness. I challenge you to intentionally notice your subtle connection to the world throughout this next moon cycle (and beyond) – I am certain you will be happier for it.

Holly Troy, former lead singer for The Halfbreeds, is a psychadelic punk rock yogini, artist, writer and musician currently based in Flagstaff, Arizona.
Readers can follow her at her blog or on Twitter at SacredFolly

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Escuta as vozes da terra

Escuta as vozes da terra




Durante a infância, o meu avô era o meu melhor amigo. Quando estávamos juntos, tudo me parecia perfeito.

Gostávamos ambos de passear pelos bosques. Nunca íamos muito longe, nem andávamos muito depressa. Escolhíamos caminhos sinuosos. Enquanto caminhávamos, eu fazia imensas perguntas:

― Avô, porque é…?

― O que se passaria se…?

― Será que às vezes…?

Um dia, perguntei:

― Avô, o que é uma oração?

O meu avô ficou em silêncio durante muito tempo. Quando chegámos junto das árvores mais altas da floresta, respondeu-me com uma pergunta:

― Alguma vez ouviste o murmúrio das árvores?

Pus-me à escuta, atento, mas foi em vão.

― Vê como as árvores sobem até ao céu. Tentam subir sempre mais. Querem chegar às nuvens, ao sol, à lua e às estrelas. Procuram elevar-se até ao céu.

Pensei nas árvores, procurei ouvi-las. Enquanto reflectia, sentei-me numa rocha velha, coberta de musgo. O meu avô explicou:

― As rochas e as montanhas também falam connosco. A sua calma e o seu silêncio inspiram-nos tranquilidade.

Depois de ter reflectido durante bastante tempo, peguei numa pedra e coloquei-a no meu bolso. Caminhámos um pouco mais, até junto de um ribeiro. A água borbulhava, cintilava, e viam-se pequenos peixes a nadar.

― Avô, os ribeiros também murmuram?

― Claro. Bem como todos os lagos, rios e cursos de água. Às vezes, correm tranquilamente. Espelham as nuvens, os pássaros, o sol ou as estrelas. Outras vezes, escoam-se em redemoinhos, lançam-se no mar ou evaporam-se no céu. E o ciclo recomeça… Também se riem e divertem com os seus amigos rochedos. Dançam, saltam, tornam a cair…Mas a natureza conhece outras formas de se exprimir. As ervas altas procuram o sol e as flores exalam o seu perfume doce. Quanto ao vento, sussurra, geme, suspira, e sopra-nos as suas palavras. Escuta o canto dos pássaros de manhã cedo, escuta o seu silêncio antes do nascer do sol. Consegues ouvir a melodia do pintarroxo ao cair da tarde? Os animais correm pela floresta, tornam-se reluzentes com a água, escalam montanhas, voam até às nuvens, ou refugiam-se na terra. É assim que todos os seres vivos participam na b eleza do mundo…

Calámo-nos os dois. O meu avô olhava o horizonte e eu reflectia no que ele me tinha dito sobre as rochas, as árvores, a erva, os pássaros e as flores. Acabei por lhe perguntar de que modo rezavam os homens. O meu avô sorriu e passou-me a mão pelos cabelos. Respondeu:

― Tal como a natureza, os homens têm a sua linguagem própria. Podem inclinar-se para cheirar uma flor, ver o sol despontar no horizonte, sentir a terra mover-se docemente, ou saudar o dia que começa. Pode-se passear num bosque coberto de neve num dia de Inverno e ver o próprio sopro confundir-se com o sopro do mundo. A música e a pintura são também formas de expressão, de linguagem…. Às vezes, sentimo-nos tristes, doentes ou isolados. Então, repetimos as palavras que os nossos pais e avós nos legaram. Mas é preciso que cada um encontre as suas próprias palavras. O que é importante é dizer o que verdadeiramente se sente, o que nos vem do coração.

Passado algum tempo, o meu avô disse que eram horas de regressar. Mas eu tinha uma última pergunta:

― Será que há respostas para as nossas orações?

Sorriu.

― Se as escutarmos atentamente, as orações contêm as suas próprias respostas. Nós somos como as árvores, o vento e a água. Não podemos mudar o que nos rodeia, mas podemos mudar-nos a nós mesmos. É evoluindo que transformamos o mundo.

Depois deste passeio, ainda voltámos a passear juntos. De cada vez, tentei escutar as vozes da terra, mas creio que nunca as ouvi. Um dia, o meu avô deixou-nos. Continuei a pensar nele com todas as minhas forças, mas ele não voltou. Não podia voltar. Rezei até mais não poder. Depois, deixei de o fazer. Sem ele, tudo me parecia sombrio. Sentia-me muito só.

Alguns anos mais tarde, durante um passeio, sentei-me debaixo de uma árvore enorme. Os ramos mexiam e as folhas sussurravam. Ouvi o murmúrio de um ribeiro e o canto de um pintarroxo, pendurado numa madressilva. Ouvi também um ligeiro sussurro, misturado com o sopro do vento, com o canto dos pássaros e com o marulho da água.

Tal como o meu avô me ensinara, a terra falava comigo. Então, também eu murmurei, docemente:

― Obrigado pelas árvores grandes e pelas flores, pelos rochedos e pelos pássaros. E, sobretudo… obrigado pelo meu avô!

Foi então que algo aconteceu.

Senti – outra vez – o meu avô perto de mim…

E, pela primeira vez desde há muito tempo, tudo me parecia perfeito.



Douglas Wood

Grandad’s Prayers of the Earth

Paris, Gründ, 2000

(Tradução e adaptação

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

lição do Ernst

“O segredo, na verdade, é não fazer. Tudo está sendo feito pela própria natureza, a gente só tem que observar e assumir uma parceria com ela, entrando num sistema de co-criação. Tudo o que precisamos fazer é descobrir nossa função junto àquele ecossistema para que ele possa se desenvolver melhor. E seguir o princípio do Tao, o fluxo da própria natureza.”

Ernest Götsch

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Espinilho


Nesse ano o espinilho (Acacia caven) floresceu mais cedo, talvez devido as bruscas mudanças de temperatura. Seu perfume é intenso e atrai abelhas e vespas. É uma planta típica do Rio Grande do Sul ocorrendo na Barra do Rio Quarai onde há o Parque do Espinilho.



quinta-feira, 12 de agosto de 2010



Tive uma grande colheita do Cara Aéreo, uma planta que impressionada pela beleza das folhas e pelo formato de suas "batatas" que crescem no caule.
Muitas folhas para a salada

Wild Edible Yards

Wild Edible Yards


Americans currently spend more than thirty billion dollars, millions of gallons of gasoline, and countless hours to maintain the dream of the well kept thirty- one million acres of lawns. An estimated sixty-seven million pounds of herbicides, fungicides and insecticides are applied around homes and gardens yearly. Commercial areas such as parks, schools, playing fields, cemeteries, industrial, commercial and government landscapes, apply another 165 million pounds.



Lawn grasses are not native to the North American continent. A century ago, people would actually pull the grass out of their lawns to make room for the more useful weeds that were often incorporated into the family salad or herbal tea. It was the British aristocracy in the 1860’s and 70’s, to show of their affluence that encouraged the trend of weed free lawns, indicating one had no need of the more common, yet useful plants. Homeowners were encouraged to cultivate lawns that would serve as examples to passerbys. These types of lawns also lent themselves to the popular lawn sports, croquet and lawn tennis. From the 1880’s through 1920’s in America, front lawns ceased to produce fodder for animals, and garden space was less cultivated, promoting canned food as the “wholesome choice.” Cars replaced the family horse and chemical fertilizers replaced manure.



It has been estimated that about thirty percent of our Nation’s water supply goes to water lawns. In Dallas, Texas, watering lawns in the summer uses as much as sixty percent of the city water’s supply.

On weekends, we increase noise and gasoline consumption to mow down the grass we have worked so hard to grow. Lawn clippings are put into plastic bags and have been estimated to comprise between twenty to fifty percent of our country’s overcrowded landfills. Running a power mower for one half hour can produce as much smog as driving a car for 172 miles (“E” The Environmental magazine, May/June 1992.) Bizarre customs, are they not?



The definition of a “good” lawn has come to mean, a plot of land growing a singular type of grass, kept mowed, maintaining a smooth even surface, uniform in color, with no intruding weeds. The United States Department of Agriculture, the United States Golf Association and The Garden Club of America have promoted this type of lawn. Lest a weed appear, it was to be destroyed at once. Manicured lawns have become an opportunity for rivalry between neighbors and an example of man’s domination over nature.



Pesticides are defined as any chemical designed to kill a living organism and can include herbicides, fungicides, insecticides and rodenticides. Pesticides enter the body via the lungs, mouth and skin. They are tracked into one’s home, and once inside can last for years. In a 1987 grant from the National Cancer Institute, it was revealed children were six times more likely to develop leukemia in households that used lawn pesticides. Children have faster metabolisms and more likely to be in the outdoors, and put their hands in their mouths, making them vulnerable. The elderly, those with compromised immune systems, and chemical sensitivities are also at risk to having their immune systems further disrupted by exposure to lawn chemicals. A 1991 report issued by the Journal of the National Cancer Institute revealed that dogs, which lived where the lawn herbicide 2,4-D was applied more than four times yearly, were at a greater risk of developing canine malignant lymphoma. Chemicals when sprayed, can drift to other neighbors, kill birds (who eat insects), and endanger precious water supplies. Pesticides can also reduce earthworm populations, which help aerate soil, by as much as ninety-nine percent, for up to twenty weeks. Many insects are beneficial in lawns. Ladybugs, preying mantises, and ground beetles all consume aphids, mites, mealy bugs, mosquito larvae and caterpillars. Honeybees provide valuable cross-pollination and without their help many fruits, vegetables and flowers would cease to exist. Substances designed to kill things are unlikely to be totally safe. Frolicking in one’s yard should not be a health risk to anyone.



What would happen if you stopped watering, fertilizing, pesticiding, and mowing your lawn? You would certainly have more free time. The grass would grow a bit higher or lower depending on weather conditions. And then the wild things, which are naturally adapted to be hardy, and require no special care, would grow. For two and a half years in the 1970’s, I lived in The Ozarks in a teepee, totally subsisting on all the wild edible fruits, roots, leaves and berries that was provided in the untamed wild. All without watering, fertilizing or spraying. It was a very healthy time.



We do not need to fear wild plants. Ralph Waldo Emerson once said, ““What is a weed? A plant whose virtues have not yet been discovered.” Dandelions look like rays of sunshine and have edible leaves and roots. The dreaded lambs quarter is really wild spinach and far more nutritious than its cultivated cousin. Malva and violet leaves are refreshing additions to the salad bowl. Even the prickly thistle can be dug up, its roots consumed, as Lewis and Clark once did when traveling. Purslane is one of the richest sources of heart healthy Omega-3 fatty acids. One should focus more on our education of “weeds” and less on eradication. It has been said that the average American recognizes over a thousand logos and the products they correspond to, yet less than five plants in their area.



A few ideas on environmental lawns:

1. Compost. Use organic fertilizers such as manure, rock dust, and wood ash. Do a soil test and find out what your land requires.

2. Choose plants that tolerate dry conditions.

3. Learn to use wild plants that grow easily in this area that are not water demanding, low growing and might even provide salad fare or herbal teas. Turn your lawn into a wildflower sanctuary specializing in sunny well-drained dry areas. Consider buckwheat (Fagopyrum esculentum), bugleweed (Ajuga reptans), Roman chamomile (Chamaemelum nobile) chickweed (Stellaria media), dwarf cinquefoil (Potentilla species), clover (Trifolium pratense or T. repens), English daisies (Bellis perennis), pearly everlasting (Anaphalis margaritacea), pennyroyal (Mentha pulegium), penstemon (Penstemon species), pineapple weed (Matricaria matricarioides), plantain (Plantago major), pussy toes (Antennaria neglecta), scarlet pimpernel (Anagallis arvensis), sheep’s sorrel (Rumex acetelosa), strawberries (Fragaria species), thyme (creeping, lemon and wooly) (Thymus species) and yarrow (Achillea millefolium). Periwinkle (Vinca species), speedwell (Veronica officinalis), uva ursi (Arctostaphylos uva-ursi) and violet (Viola odorata), grow well in dry shade.

4. Mulch around plants, using grass clippings, shredded hardwood, dry leaves or wood chips to retain moisture.

5. Group together plants that require similar amounts of water. Use a drip system or soaker hose that waters a plant’s roots, rather than sprinkles the air. Frequent watering encourages shallow roots. Water in the early morning before the sun is hot, to give the plants more benefits. Watering during the heat of the day is wasteful, as the water quickly dries.

6. Collect water from washing vegetables. Recycle rainwater. An ancient Hindu proverb says, “If you have water to throw away, throw it on a plant.”

7. Don’t water, don’t fertilize and in many cases you won’t need to mow. Let the

wild things grow and learn to use them. Learn to eat dandelion, malva, purslane and violet.

8. If you do mow, keep the mower’s height around three inches, or the highest setting. Have sharp blades. The taller the lawn, the more drought resistant it will be. Tall grass shades the soil and helps keep it moist.

9. Use a non-gasoline push mower. (Lots less noise and pollution). Leave clippings on the ground as mulch and fertilizer.

10.Use an organic landscape service. Find out what products they are using and tell them you want to look at the labels.

11.Boycott places of business that use lawn pesticides. Write them a letter and tell them why you are no longer giving them your business.

12. Those that live in condominiums and apartments can organize the neighborhood to create edible landscaping and community gardens. Let the maintannace managers know you would rather have a few weeds than be subjected to sprays.



A healthier environment begins with you. Business including parks, schools and industries need to set a better example and not buy into the harmful hype about a chemicalized lawn. Make all your actions conscious of conserving, nurturing and honoring the earth. Resist conformity and allow your ecological lawn to flourish, and flower, celebrating life and diversity!



Brigitte Mars, a professional member of the American Herbalist Guild, is a nutritional consultant who has been working with Natural Medicine for over forty years. She teaches Herbal Medicine at Naropa University, Hollyhock Retreat Center, Boulder College of Massage, and Bauman Holistic College of Nutrition and has a private practice. Brigitte is the author of twelve books, including The Sexual Herbal, The Desktop Guide to Herbal Medicine, Beauty by Nature, Addiction Free Naturally, Healing Herbal Teas, and Rawsome!. Click here for more healthy living articles, raw food recipes, videos, workshops, books, and more at brigittemars.com.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Não aguento mais rúcula

Não aguento mais rúcula

por Daniela Gomes Pinto*

A globalização trouxe à mesa a falsa sensação de diversidade. Mas nosso cardápio caminha para o tédio

Uma das coisas que credito à globalização – e sou grata a ela – é a combinação rúcula-tomate seco-muzzarela de búfala. O trio é banal hoje em dia. Você encontra os ingredientes em qualquer mercado e no cardápio de todo restaurante. Mas quem tem mais de 30 anos deve lembrar: quando éramos crianças, esses ingredientes não existiam nos supermercados. Tínhamos nossas alfaces, mas nada equiparado à rúcula. Tínhamos nossos tomates, mas nada igual ao tomate seco. O mundo globalizado colocou em nossa mesa a mesma comida dos pequenos vilarejos italianos. Mas não necessariamente diversificou nosso cardápio.

A ideia de que só a agricultura industrial poderia dar conta de alimentar o planeta todo é um dos grandes mitos da globalização. Seus defensores idolatram o avanço tecnológico da produção alimentícia em grande escala, que soube superar as limitações relacionadas às estações do ano, às localidades geográficas, aos riscos de pragas. O resultado? Você pode comprar sua rúcula em qualquer lugar, em qualquer época do ano. O problema? Ai de você se bater uma saudade das alfaces de antigamente. Daqui a pouco, elas não existirão mais.

A variedade conhecida no Brasil como “alface americana”, famosa pela sua absoluta falta de sabor na minha humilde opinião, foi responsável na última década por mais de 70% de toda a produção de alface nos Estados Unidos. No percurso, os americanos extinguiram uma centena de outras variedades, de amargas a doces, de roxaescuras a verde-claras. O mesmo acontece com as maçãs. Graças aos processos industriais, temos hoje acesso às maçãs vermelhas americanas o ano todo. Mas o preço foi alto. Não se encontram mais os milhares de variedades que existiam até o século passado. Apenas duas variedades são responsáveis por mais de 50% do mercado americano.

Quem levanta esses dados é Andrew Kimbrell, organizador do livro Fatal Harvest, que acusa a monocultura da agricultura industrial de ter reduzido a diversidade natural de praticamente toda produção agrícola em termos de tamanho, cor e sabor. De novo, resgatemos a memória dos trintões. Nós chegamos a conhecer o sabor verdadeiro dos morangos, pequenos e feios nas prateleiras. Hoje, o morango é igual em todo o lugar: tamanho acintoso, brilho ofuscante, sabor medíocre.

A limitação trazida pela agricultura industrial globalizada não é apenas ruim para nosso cardápio. Ela reduz as escolhas das futuras gerações. Recentemente o jornal The New York Times relatou a expedição do cientista Andrey Sabitov à uma remota ilha na Rússia. Um lugar inóspito e frio.

Depois de três dias de caminhada, ele atingiu o vulcão Atsonupuri, para encontrar o que foi buscar: o morango silvestre Fragaria iturupensis, uma variedade não domesticada, parte de um esforço internacional de proteção de sementes ligado às preocupações com as mudanças climáticas. O aquecimento global, as secas e o aumento da salinidade das águas devem extinguir muitas variedades agrícolas.

Uma operação importante, portanto, é salvar sementes de variedades com maior potencial de sobreviver às alterações climáticas. E adivinhe. Frequentemente, as variedades selvagens mostram muito mais adaptabilidade do que as domesticadas.


Colorido sem graça

O problema é que, no passo que estamos, as variedades simplesmente não existirão para contar a sua história. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) estima que no último século perdemos 75% de toda a diversidade genética agrícola mundial. Segundo pesquisa da Rural Advancement Foundation International, em apenas 80 anos – entre 1903 e 1983 - os inventários de estoques de sementes diminuíram vertiginosamente. Perdemos 96% das variedades de milho, 95% das variedades de tomates e 98% da variedades de aspargos.

Por isso, a paisagem do supermercado é traiçoeira. Aquele colorido todo não representa, na prática, tanta diversidade. A indústria alimentícia aperfeiçoou-se em variações sobre os mesmos temas: milho, soja, trigo e arroz. Dois terços de todas as calorias ingeridas pelo homem vêm deles. É uma simplificação radical das potencialidades da alimentação. Mas a matemática serve ao mundo moderno. Temos hoje variedade apenas dos alimentos que atingiram em escala mundial eficiência na plantação, colheita, distribuição e embalagem. E é possível contar nas mãos as empresas detentoras das marcas.

O ciclo é vicioso. Grandes empresas atingem um nível de distribuição em escala mundial que atende as grandes redes de supermercado, que, por sua vez, facilitam o trabalho das compras dos restaurantes. Alimentos mais regionais, peculiares e menos eficientes, não chegam às prateleiras. Comprar de pequenos agricultores dá trabalho, custa mais caro e impõe riscos. Mas o consumidor agradece. Acredite. Pode chegar o dia em que você, assim como eu, não vai mais aguentar rúcula.


* Pesquisadora do Gvces e mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela London Schoolof Economics and Political Science

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Pipocas


Chega o outono. Hora de colher o que cresceu no verão. Entre tantas sementes, as pipocas.

sábado, 8 de maio de 2010

Cultivo selvagem de Hortaliças

Texto extraído do livro “A Revolução de uma Palha” de Masanobu Fukuoka.


“Eu cultivo os meus legumes de maneira semi-selvagem, utilizando um terreno vago, ribanceira ou terra inculta não vedada. A minha concepção é lançar, simplesmente as sementes à terra e deixar que os legumes crescam com as ervas daninhas. Faço crescer os meus legumes na encosta da montanha, nos espaços livres entre os citrinos.

O ponto importante é saber qual o momento certo para cultivar. Para os legumes primaveris, o momento certo é quando as ervas daninhas de Inverno começam a morrer e imediatemente antes da germinação das ervas daninhas da Primavera. No Outono, a sementeira deve fazer-se quando as ervas de Verão murcahm e as ervas daninhas de Inverno não apereceram ainda.

O melhor é esperar por uma chuva que tenha hipótese de durar vários dias. Ceifa-se a cobertura de ervas daninhas e espalham-se as sementes dos legumes. Não é necessário recobri-las de terra; as ervas daninhas que tivermos cortado são simplesmente espalhadas sobre as sementes, para desenpenharem a função de cobertura e esconderem.nas dos pássaros e das galinhas até comecarem a germinar. Habitualmente, as ervas daninhas devem ser cortadas duas ou trêz vezes para se dar algum espaço aos rebentos de legumes, mas por vezes um único corte é suficiente.

Nos sitios onde as ervas daninhas e o trevo não são espessos demais, as sementes podem ser simplesmente lançadas à terra. As galinhas comerão algumas, mas muitas germinarão, Se semarmos em linha ou em rego, há possibilidades de os coleópteros e outros tipos de insectos devorarem um bom número de sementes, porque caminham em linha recta.(…)
Os legumes que cresceram desta maneira são mais fortes do que a maioria das pessoas pensa. Se nascerem antes da ervas daninhas, não serão de seguida cobertos por elas. Há alguns legumes, tais como os espinafres e as cenouras, que não germinam com facilidade. Demolhar as sementes durante um dia ou dias e então envolvê-las em bolinhas de barro deverá resolver o problema.
Se forem semeados de forma mais concentrada, o rabanete japonês, o nabo e outros legumes verdes e folhosos de Outono serão suficientemente fortes para competir vitoriosamente com as ervas daninhas de Inverno e do inicio da Primavera. Um certo número destes legumes não são colhidos e reproduzem-se sozinhos anos após anos. Têm um perfume único e constituem um alimento muito interessante.

(…) Inicialemente, os tomates e beringelas não são suficientemente resistentes para entrar em competição com as ervas daninhas, de modo que devem primeiro semear-se em canteiro para germinarem, e serem de seguida transplantados. Em vez de se porem em estacas, devem deixar-se os tomateiros espalharem-se sobre a terra. Os nós da haste principal acabam por ganhar raiz e originarem novos rebentos que darão frutos.

Quanto aos pepinos, a variedade rastejante é a melhor. Deve cuidar-se dos pés jovens cortando ocasionalmente as ervas daninhas, mas depois disso os pés tornar-se-ão resistentes. Disponha bambu ou ramos de árvores e os pepinos enrolar-se-ão neles. Os ramos sustêm os frutos mesmo acima do solo de talmodo que eles não apodrecem. Este método para fazer crescer os pepinos funciona também com os melões e as abóboras.

(…) O objectivo principal desta cultura de legumes semi-selvagens é cultivar o mais naturalmente possível numa terra que de outro modo seria deixada inculta. Se forem misturados diversos tipos de ervas e de legumes, e eles crescerem por entre a vegetação natural, os estragos causados pelos insectos e as doenças serão minímos e não será necessário fazer pulverizações nem apanhar os insectos à mão.

Podemos cultivar legumes em qualquer lugar onde o crescimento das ervas daninhas for variado e forte."

sexta-feira, 26 de março de 2010

O trabalho do dia

Hoje, um dia de sol e chuva. Nuvens velozes e chuvisqueiros.
Finalmente tive um pouco de tempo para trabalhar no jardim-horta.
Plantei cenouras e rabanetes, colhi couve e rúcula.
Guardei sementes de feijão-miudo.
Resolvi proteger todas as mudas de árvores que nascem nos canteiros. E nascem muitas por que, imaginem, num Jardim Botânicos há muitas árvores e, portanto, muitas sementes. Então salvei uma muda de espinheira santa e uma menorzinha de canafistula. Eu faço assim: retiro do canteiro com todo cuidado e passo para um saco plástico com composto. Depois que elas crescerem, farei delas um presente para alguém que queira plantar.
Ganhei o dia!!!

quinta-feira, 11 de março de 2010

O Trabalho do dia

Acabei de chegar da horta. Hoje foi um dia muito produtivo. Pela manhã, carregamos palha (eu e as estagiárias Amanda e Ana)para cobrir os canteiros. Alguns balaios bem carregados, junto algumas folhas de gravatá e, portanto, espinhos. Mas penso que o Gravatá, afeiçoado a terras acidas, deve ter calcio em suas folhas e isso vai ajudar o solo da horta.
Depois garimpei o composto antigo, escondido entre montes de restos vegetais. Meio seco porém com pedaços de casca de ovo e muitas minhocas.
Preparei o canteiro da ferradura, distribui uma camada generosa de composto e cobri com a palha. Ficou pronto para plantar. Vou buscar algumas mudas daqui a pouco.
De tarde, reformei uma das espirais de ervas. Arranquei algumas plantas, podei a salvia, que persiste há tanto tempo no canteiro com suas flores vermelhas. depois coloquei composto e plantei mudas de Zinia, duma variedade gigante que compraram para o JB.
Feliz, atingi meus objetivos. Agora, espero uma chuva mansa durante a noite...

terça-feira, 9 de março de 2010

As plantas também tem alma

Sensíveis a palavras e carícias, plantas também têm uma 'alma'






Ouvir uma voz amiga e persuasiva faz bem. Uma carícia influencia o comportamento, lhe move para o território sentindo-o, atento aos sinais hostis. Até agora, pensávamos que só o gênero humano e os animais tivessem esses dons. Pelo contrário, não: também no mundo da botânica, sensações, percepções e avaliações do momento, quase um embrião de inteligência e de alma, existem. Estudos científicos da Universidade de Bonn, na Alemanha, e pesquisadores norte-americanos é que nos revelam isso.



A reportagem é de Andrea Tarquini, publicada no jornal La Repubblica, 12-01-2010. A tradução é de Moisés Sbardelotto.



O som de uma voz que lhe saúda faz bem para as plantas. As raízes orientam seu crescimento subterrâneo e dialogam entre si com emissões de substâncias químicas. Algumas flores reagem ao contato da mão do homem, outras atraem os insetos produzindo mais pólen, porque, em troca, os insetos lhes livram dos parasitas.



Por isso, fiquem atentos cada vez que forem comprar uma planta para o jardim, para a sacada, a janela ou para a sala. As plantas também têm uma alma, uma vida de emoções. Lentíssima com relação a homens e animais – porque o mundo da botânica não dispõe de um sistema nervoso –, mas que funciona e deve ser respeitada.



"Para nós, existem pouquíssimas diferenças entre o mundo botânico e a fauna", explica o professor Dieter Volkmann, da Universidade de Bonn, ao jornal alemão Die Welt, que dedicou uma página inteira ao assunto. "As plantas – explica – não têm nervos como o gênero humano ou as espécies animais, mas dispõem de estruturas comparáveis".



Os sinais químicos viajam através de uma planta em velocidade infinitamente mais lenta do que no corpo humano: um centímetro por segundo, 10 mil vezes menos veloz do que da pele humana ao cérebro. Porém, o sinal comunica mensagens.



Essa "alma das plantas" se expressa de diversos modos. As raízes reconhecem se estão crescendo perto de outras plantas da mesma espécie, e então limitam o seu crescimento para não retirar espaço vital. Ou desviam o seu desenvolvimento de cada ponto do terreno em que sentem substâncias nocivas. E não acaba por aí.



As experiências provaram que, se você cultivar dois pés de tomate um ao lado do outro e falar com um mais do que o outro, o primeiro cresce melhor. Talvez seja assim até porque, falando, o ser humano emite gás carbônico, vital para as plantas. Mas é notável a recente experiência na Toscana de videiras que cresceram melhor ao som da música de Mozart. A reação aos estímulos externos também é tátil: a mimosa é uma das plantas mais velozes a reagir. Se você acaricia uma folha, ela se fecha e se reabre depois de poucos minutos. Cientistas californianos cultivaram duas plantas de sementes de mostarda: a que foi acariciada cresceu baixa e larga, a que foi ignorada se desenvolveu só em altura.



Não faltam os sistemas de autodefesa. A acácia é capaz de reagir à ameaça dos animais que devoram suas folhas: quanto mais tempos são comidas, tanto mais velozmente aumenta no seu tecido a concentração de substâncias tóxicas.



Por isso, fiquem atentos às plantas. Pelo menos um quarto das mulheres que as cultivam em casa falam com elas. Muito mais raros são os homens com relação a esse hábito. O mais famoso é o príncipe Charles, do Reino Unido. Por coincidência, a estética da jardinagem inglesa é considerada a mais refinada do mundo.

Fonte:
http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=28885

segunda-feira, 8 de março de 2010

O Chamado das Árvores

No sábado, dia 6 de março,tivemos a satisfação de receber no Jardim Botânico a segunda edição do Workshop "O Chamado das Árvores", uma iniciativa do projeto Um milhão de Árvores. Dessa vez não veio  Dorothy Maclean, uma das fundadoras da Findhorn Fundation localizada na Escócia. Ela  tem mais de 90 anos e não viajará mais. Permanece em Findhorn participando das várias atividades desenvolvidas por esta instituição.
Para quem não sabe, Findhorn é uma comunidade espiritual, um centro de educação e uma das primeiras ecovilas do mundo. Dorothy e mais um casal de amigos criaram um jardim num terreno inóspito,numa praia escocesa, entre dunas de areia, pedregulhos e fustigado por ventos fortes e gelados. Fizeram um verdadeiro milagre, recebendo auxilio e instruções de mensagens vindas dos próprios vegetais que indicavam o quê como e onde plantar cada espécie. Atualmente, é um local de referência em espiritualidade e sustentabilidade, com mais de 600 moradores vindos de várias  partes do mundo.
A história é comprida, mas para resumir, Dorothy é capaz de receber mensagens vindas dos Devas, seres planetários que guardam os padrões ou formas de todas as coisas, animadas ou não, que existem na natureza. As mensagens recebidas deram origem ao livro O Chamado das árvores, publicado no Brasil pela editora Irdin.
Este segundo workshop foi ministrado por Judy MacAllister, que trabalha com Dorothy a mais de uma década e que é considerada sua sucessora. No RS foi organizado pela arquiteta Marilda Romero e pelo terapeuta e professor Rodrigo Silveira.
Experimentamos várias meditações, conduzidas por Judy, que criaram condições de, pelo menos, tentarmos um contato com o mundo dévico. Foram momento marcantes e fortes, de muita amorosidade e gratidão, principalmente por nossas irmãs mais velhas, as árvores. Estes seres maravilhosos, que trazem harmonia, promovem o contato entre o Céu e a Terra e  sustentam a complexidade da vida em nosso planeta, esperam pacientemente pelo nosso contato e consideração. Nos olham como seres ainda imperfeitos mas envolvidos num processo de evolução, caminhando para criar uma consciência mais ampla e amorosa. Ou, como nos disse Judy, " as árvores são como a pele da Terra".
Revendo minhas anotações do dia gostaria de encerrar esta postagem com uma frase de Judy.
"Não é tando o que você faz, mas como você faz. Faça tudo com amor . Gratidão, apreciação e amor são criações essencialmente humanas. Podemos e devemos escolher o que criar."

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

plantar devagar

Tem um texto do mestre vietnamita Thich Nhat Hahn que eu gosto muito. Chama-se "Os meios são o fim". Sempre procuro lembrar suas palavras quando pego as ferramentas e vou trabalhar na horta. Vou colocar aqui um pequeno trecho. O texto na integra pode ser encontrado no site http://www.viverconsciente.com/

Nós temos muitas chances para praticar. Sabemos que lavamos roupas, lavamos pratos, varremos o solo, cuidamos do jardim, há muitas coisas que vocês podem fazer, mas não façam isto do modo como fazem isto no mundo. Façam como uma prática, uma boa prática, e vocês serão recompensados imediatamente, saberão que estão lidando com sua energia de hábito. A energia de hábito nos diz: "rápido, rápido, vá, rápido, rápido, termine logo! O prazo final está próximo!", mas a prática está lhe dizendo o oposto: "não corra, desfrute, o aqui e o agora é a única coisa que você possui, a felicidade não pode ser possível fora do aqui e do agora", assim você tem duas coisas que contradizem uma à outra. Eis por que a palavra "treinamento" significa superar a energia de hábito lentamente e cultivar outra energia de hábito, que é boa. A energia de hábito que você quer cultivar é a capacidade de estar no aqui e agora, e viver todos os momentos de sua vida diária profundamente. Limpe as folhas, desfrute! Faça o café da manhã! Desfrute completamente deste ato de arte culinária. Lave os pratos! Desfrute completamente o ato de lavá-los.

Diariamente no Mosteiro eu lavo os pratos, diariamente eu fervo o arroz e cuido das flores, das plantas, e minha prática é de desfrutar todos os minutos enquanto estou fazendo estas coisas. Sim, escrever um poema é maravilhoso, escrever um artigo é maravilhoso, dar uma palestra de Dharma é maravilhoso, mas é igualmente maravilhoso cuidar do arbusto, cuidar das plantas, lavar os pratos e assim por diante. Por ser muito enriquecedor, muito recompensador, isto pode trazer muita paz, alegria e solidez para você.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Desenvolver a atenção

Este nosso Jardim não é algo técnico. É uma forma de retorno as coisas simples da vida e uma chance de redescobrir a beleza que existe em cada detalhe, em cada canteiro, em cada flor. A jardinagem deve ser feita de forma meditativa e amorosa. Então, achei legal colocar este texto do Osho aqui.

Desenvolver a Atenção

Aonde quer que sua atenção focalize,


Nesse mesmo ponto,

Experiencie.

Nessa técnica, primeiramente você precisa desenvolver atenção. Você precisa desenvolver um tipo de atitude atenta, só assim essa técnica se tornará possível, assim então onde quer que sua atenção ilumine você pode experienciar: você pode experienciar a si mesmo.

Apenas olhando para uma flor, você pode experienciar a si próprio. Então olhar para uma flor não é somente olhar para uma flor, mas para o observador também; mas somente se você conhece o segredo da atenção.

Você também olha para uma flor e você pode achar que você está olhando para a flor, mas você começou a pensar sobre a flor, e a flor é perdida. Você não está mais lá, você foi para um outro lugar, você foi embora. Por atenção significa que quando você está olhando para uma flor, você está somente olhando para uma flor e não fazendo nada mais; como se a mente tivesse parado, como se agora não houvesse mais nenhum pensar e somente uma simples experiência da flor presente lá...



Atenção significa um alerta silencioso sem nenhum pensamento interferindo. Desenvolva isso. Você pode desenvolver isso apenas fazendo-o; não existe outra maneira. Pratique-o mais e você irá desenvolvê-lo. Nada fazendo, em qualquer lugar, tente desenvolvê-lo.



Você está viajando num carro, ou num trem. O que você está fazendo lá? Tente desenvolver a atenção; não desperdice tempo. Por meia hora você estará no trem: desenvolva a atenção: Apenas esteja lá presente. Não pense. Olhe para alguém, olhe para o trem ou olhe para fora, mas seja o olhar, não pense em nada. Pare de pensar. Esteja presente e olhe. Seu olhar se tornará direto, penetrante e de toda parte seu olhar será refletido de volta e você ficará cônscio do observador.



Você não está cônscio de si mesmo porque há uma parede. Quando você olha para uma flor, primeiro seus pensamentos alteram seu olhar; eles dão sua própria cor. Então esse olhar vai para a flor. Ele retorna, mas então novamente seus pensamentos dão a ele uma outra cor diferente. E quando ele retorna nunca encontra você presente. Você foi para algum outro lugar, você não está lá presente.



Todo olhar retorna; tudo é refletido, respondido, mas você não está lá presente para receber isso. Então esteja lá para recebê-lo. O dia todo você pode tentar isso em muitas coisas, e pouco a pouco você irá desenvolver a atenciosidade. Com essa atenciosidade faça isso:



Onde quer que sua atenção focalize,

Nesse mesmo ponto,

Experiencie.



Então olhe para algum lugar, mas simplesmente olhe. A atenção iluminou-se, e você irá experienciar a si próprio. Mas a primeira exigência é ter a capacidade de estar atento. E você pode praticá-la. Não há nenhuma necessidade disso tomar um tempo extra.



O que quer que você esteja fazendo; comendo, tomando banho, de pé sob o chuveiro; apenas esteja atento. Mas qual é o problema? O problema é que fazemos tudo com a mente, e estamos continuamente planejando para o futuro. Você pode estar viajando num trem, mas sua mente pode estar organizando outras viagens; programando, planejando. Pare com isso.



Um monge zen, Bokuju, disse, Essa é a única meditação que conheço. Enquanto como, eu só como. Enquanto caminho, eu só caminho. E quando sinto sono, eu durmo. O que quer que aconteça, acontece. Eu nunca interfiro .



Isso é tudo que há; não interfira. E o que quer que aconteça, deixe acontecer; simplesmente esteja lá presente. Isso irá lhe dar atenciosidade. E quando você tiver atenção, essa técnica está em suas mãos...



Aonde quer que sua atenção ilumine,

Nesse mesmo ponto,

Experiencie.



Apenas lembre-se de você mesmo.



Há uma razão profunda devido a qual essa técnica pode ser de ajuda. Você pode jogar uma bola e atingir a parede; a bola irá retornar. Quando você olha para uma flor ou para um rosto, uma certa energia está sendo lançada; seu olhar é energia. E você não está cônscio que, quando olha, você está investindo alguma energia, você está lançando alguma energia. Uma certa quantidade de sua energia, de sua energia de vida, está sendo lançada.



Eis porque você se sente exaurido após olhar na rua o dia todo: pessoas passando, anúncios, a multidão, as lojas. Olhando para tudo você se sente exaurido e então você quer fechar seus olhos para relaxar. O que aconteceu? Por que você está se sentindo tão cansado? Você esteve jogando fora energia.



Buda e Mahavira ambos insistiam que seus monges não deviam olhar demais; eles deviam se concentrar no chão. Buda diz que você só pode olhar até adiante de seus pés. Não olhe para lugar nenhum. Olhe somente para o caminho onde você está se locomovendo.



Olhar quatro pés adiante é o bastante, porque quando você caminhou quatro pés, novamente você estará olhando a distância de quatro pés adiante. Não olhe mais do que isso, assim você não irá desperdiçar energia desnecessariamente.



Quando você olha, você está lançando uma certa quantidade de energia. Espere, fique silencioso, permita essa energia retornar. E você ficará surpreso. Se você permitir a energia retornar, você nunca irá se sentir cansado. Faça isso. Amanhã de manhã, tente-o Seja silencioso, Olhe para algo. Fique em silêncio, não pense nisso, e espere pacientemente por um simples momento; a energia retornará; de fato, você pode ser revitalizado.



As pessoas me perguntam continuamente. Eu continuo lendo continuamente, assim eles me perguntam, "Por que seus olhos ainda estão ok? Você devia estar usando lentes há muito tempo ".



Você pode ler, mas se você está lendo silenciosamente sem nenhum pensamento, a energia retorna. Ela nunca é desperdiçada. Você nunca se sente cansado. Por toda minha vida eu estive lendo doze horas por dia, às vezes até dezoito horas por dia, mas nunca senti nenhum cansaço. Nunca senti nada em meus olhos, qualquer cansaço.



Sem pensamento a energia retorna; não há nenhuma barreira. E se você estiver lá presente para reabsorvê-la, e essa reabsorção é rejuvenescedora. Ao invés de seus olhos se sentirem cansados eles ficam mais relaxados, mais vitalizados, repletos de energia.





Osho, em "The Book of Secrets"

As sementes do Girassol

Colhi sementes do girassol, estavam umidas pela manhã devido a chuva pesada de ontem. Agora estão na bacia pegando o sol forte para secarem. Plantei dois tipos de girassol: aquele imenso, uma só cabeça na ponta do caule e o outro, mais ornamental, amarelo avermelhado, com várias inflorescências nas axilas das folhas.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

As colheitas do final do verão



Final do verão, época de colher milho.




O milho vermelho veio de algumas sementes que peguei duma exposição da EMBRAPA. Mas nem todos sairam vermelhos, alguns voltaram a cor amarela.







E estas espigas são do milho cultivado pelos indios Guarani. As sementes vieram do Bosque de Canela, um presente do meu amigo Cilon Estivalet. Apenas duas espigas ficaram bonitas, bem granadas. Mas estão aqui, salvas no Jardim Botânico.

A flor da janela


Voltando de férias, abri a janela da minha sala no Jardim Botânico e me deparei com as flores da Megaskepasma erythrochlamys. É uma planta da família Acanthaceae, originária da Venezuela. As flores surgem entre as bracteas coloridas com tons avermelhados e são muito procuradas por beija-flores.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

paisagismo natural


Os belissimos arranjos naturais nas pedras.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Jardins Naturais

Passando mais umas férias na Guarda do Embau. Sempre fico encantado com os jardins naturais dos morros daqui. Flores de tibouchina, margaridas amarelas, bromélias e muito mais.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Trabalho do dia

A grama está alta, molha os pés no sereno da manhã. Antes que o sol esquente o dia fui para um trabalho rápido. É melhor uma presença diária, mesmo que pequena, do que grandes esforços concentrados. O trabalho deve ser suave como tudo mais.
Aproveitei para podar a hortelã que tomou conta da espiral de ervas. Impressionante como ela cresce e tende a dominar os canteiros. Acho que terei que desmanchar a espiral para arrancar suas raízes senão ela voltará com força total. Não é uma boa opção de plantio quando a idéia é formar um canteiro diversificado. Ela precisa de podas constantes para não se tornar invasiva. Algum descuido e pronto, só da hortelã.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Em paz, entre as plantas

Em paz, entre as plantas

Aproveitando as primeiras horas da manhã, quando o sol ainda não está forte, fui trabalhar no Jardim.
Como se eliminasse negatividades, limpei os canteiros.
Coloquei sementes de feijão miudo com auxilio da ponta do facão.
Cortei as radiches para estimular uma nova brotação, um recomeço. E elas crescem muito rápido.
Joguei sementes de feijão azuki sobre a palha seca que cobre o solo, se chover vai germinar. Mesmo sem enterrar. Pensei que na natureza as sementes não são enterradas, repousam sobre o solo.
Colhi os capítulos maduros do girassol mexicano. Suas bracteas espetam em meus dedos. Suas flores laranja são um convite para as borboletas.
Alguns girassóis que plantei estão mais altos que eu, erguem sua coroa majestosa amarela num fundo de céu claro, profundo e azul.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

diga algo, escreva algo mas fique quieto.

Lá fora o sol passa entre as folhas do plátano.
Cigarras cantam sobre sua vida passageira.
Há um brilho no céu e nuvens que se vão.